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10 PÉROLAS RARAS, CLARAS E PRECIOSAS 

1 – Só há um lugar para olhar, e ele começa com a pergunta “quem é você?”. E acredite, você não é nada que você pense que seja. Não importa quão maravilhosa seja a ideia que você tenha de si – ou horrenda, ou terrível, ou medíocre. Não é questão do adjetivo, a questão é do substantivo. Você não pode ser uma ideia, porque uma ideia pode ser repetida e você é irrepetível. Você não é algo que possa ser apalpado, que possa ser tocado… Qualquer ideia que eu lhe der, qualquer ideia que você receba, não é o que você é. Porque você é indefinível. 

2 – Você pensa que você pensa, porque você pensa que você é aquele que pensa. Mas você não pensa! Então, convide os pensamentos a ficarem. Por que tem brigado com eles? Os pensamentos não são seus; são apenas pensamentos. Como os sons dos carros que passam, os sons das vozes… E isso tudo é periférico a você. 

3 – Você não pode encontrar a si mesmo, porque você é o que você está buscando. Com a ideia que lhe foi dada, subtende-se que há alguém que busca e que há algo a ser encontrado; há um sujeito e um objeto. Você pode escolher quem você é: o sujeito ou o objeto. E ainda assim, qualquer escolha que você faça, não é você. 

4 – Especular antes de se jogar no abismo é vão! O meu convite é: antes de pensar, se joga! Pense depois. Esse abismo que falo é o abismo que você é. Confronte algo que de alguma forma lhe foi dito que é inacessível e amedrontador – e não esqueça que isso é uma ideia emprestada de alguém. 

5 – Imagine se para encontrar a paz, você precisasse que todos os carros parassem, e que todas as vozes se calassem, e que todas as chuvas não chovessem, e todos os dias quentes não fossem dias quentes, e todos os dias frios não fossem dias frios, e todas as dores de barriga não fossem dores de barriga… Assim você teria uma possibilidade ínfima de realizar a sua paz interior; pensando assim, você está no caminho errado. Você ainda está olhando para fora. 

6 – Se for dito que, depois que encontrar a verdade, você realizará milagres e poderá passear no cosmos é dado valor, caso contrário, não. Mas observe! Há algo a acontecer? Disseram que algo aconteceria, e você vive à espera de que aconteça. E eu mais uma vez repito: esse algo é uma ideia. Você não vai ver luzes e nem sentir uma explosão de êxtase. E você tem buscado quem você é, esperando por isso. Mas não se engane! Não há nenhuma ideia que se assemelhe àquilo que você é. 

7 – De repente você se depara com o vazio, com o indefinível, com o sem forma, com o sem nome… com o infinito. Que não pode ser medido, sentido ou compreendido. E então, você fica de cara com aquilo, e diz: “Não! Não pode ser isso. Isso é um desastre!”. Será que é mesmo um desastre? A mente concebe a ideia de algo vazio como vazio; mas será que o vazio é vazio mesmo? E se o vazio for cheio, e o cheio que a mente concebe for vazio? 

8 – O desejo enche de vazio a sua vida. Quem sabe, então, só o vazio encha realmente a sua vida? Questione-se! E não esqueça que o primeiro passo para esse vazio é saber quem é você. 

9 – Há uma tendência em procurar no lugar errado. Você tem que perceber algo que não pode ser percebido, por você ser aquele que percebe. Não tem saída! Por isso: pare de buscar! Pare! Stop! Zera tudo! E não esqueça: não é um zerar, pois não há alguém que zere. Não há nada fora do todo, fora do divino, da essência, da Consciência… 

10 – Nem mesmo somos separados de Deus, senão uma emanação daquilo que está em descanso… Que se emana, manifesta-se, e quando termina o processo de manifestação, retorna. Assim como uma onda no corpo do oceano, que sobe e desce… e tudo o que existe é o oceano. Não há onda! Foi dado um nome a algo que é o próprio oceano. E quando foi dado um nome para aquilo, foi feita uma separação entre ele e a onda. E isso explica, talvez, você estar identificado com o seu nome e a sua forma. 

Fonte: A onda descansa nos braços do Oceano, satsang em Salvador/julho 2000.

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