Vejamos se me acompanha: a identidade, a entidade, precisa de tempo e espaço para existir. Para pensar a si mesmo, é necessário tempo; não há pensamento sem tempo. Verifique, da forma como você se compreende, pode existir sem o tempo? Você pode pensar a si mesmo sem o tempo?
Experimente! Pense-se sem ter tempo para pensar – isso não faz o menor sentido. A verdade é que se não lhe derem tempo, você não tem a menor ideia de quem você seja.
Você me segue? Compreende que na ausência de espaço e tempo não há como existir nada? Para a mente existir, para o ego existir, para pensar a si mesmo, você precisa de tempo.
Sem tempo para pensar, quem é você? Pode ser que já tenha se feito essa pergunta, mas ainda não a fez com energia suficiente para que seja respondida. Você pergunta e logo preenche como resposta aquilo que leu num livro ontem. Isso não serve! Veja por si mesmo.
Como consequência da elucidação do que estamos explorando aqui, da nossa não-existência fora do tempo, é possível entender por que buda chamava o ser de “não-ser”. Ou seja, para descrever quem você verdadeiramente é, em vez de dizer “eu sou”, você diz “eu não sou”. E esse será um belo começo…
Não há você, só consciência.