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luz pacífica, paz sincera

Tudo o que você vê deve ser consumido como um filme. Considere-se sentado no salão do cinema, apenas assistindo. Não tente compreender ou analisar, pois geralmente quando pensamos que algo foi compreendido, uma outra coisa começa a exigir sua compreensão. Não há “o fim do jogo” – quando você vence uma fase, começa outra. Trata-se de um filme sem fim. Mas não perca esta metáfora: o que você está vendo é um filme.

Se você se imagina um personagem dentro do filme, está fodido. Porque a verdade é que sempre há o diretor que faz alguma coisa com esse personagem. Agora, se não se vê como personagem, e sim como a luz que elabora, que dá forma aos personagens e tudo o mais que aparece, isso proporciona tremendo distanciamento a respeito dos acontecimentos e, por conseguinte, do sofrimento provocado pelo apego ao personagem.

Paz é o que emana desse destacamento. A relação tanto com o sujeito quanto com os objetos passa a ser outra, muito mais leve. Já chamei em algum momento de “paz sincera” e vou repetir porque essa expressão fala muito. As relações se tornam relativas. O que acontece entre os personagens é relativo. Você é a luz. E é muito pacífico ser a luz. Personagens têm conflitos; a luz é pacífica, inclui tudo.