Participante – (…) É complexo.

Mas é simples. Na verdade, é bem simples. Parece complexo porque a mente foi programada para perceber assim. Encheram sua cabeça de besteira e crenças e agora você não consegue sair disso. Mas se puder esquecer tudo um pouco, verá que é simples. 

Ao nascer, as crianças não têm registro nenhum de nada, são totalmente inocentes. E logo a família, com as suas dificuldades ou facilidades, começa a inserir uma série de impressões que a criança passa a refletir – e ela se torna um reflexo do ambiente em que cresceu. É aí que ela fica complexa, ou triste, ou raivosa, ou o que quer que seja. Até o momento em que tudo isso já não faça mais sentido. 

Se não ocorrer antes essa reflexão, ao envelhecer você se renderá à desimportância e simplicidade de tudo. De repente, já não importa mais que roupa você está usando… Tudo vai perdendo a gravidade, e você se vê como uma criança novamente.

A criança não diz: “preciso tomar banho”. Se não dermos banho nela, ela não toma. Nem escova os dentes, nem nada… Tudo tem que ser ensinado a ela. E envelhecer, de certo modo, é isto: desaprender. E muita coisa já não mais interessa. Simple-fica-se.