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o risco do tesouro

Hoje começo com uma breve história:

Por volta das onze horas da manhã, a mãe bate à porta do quarto do seu filho e exclama:
– James, acorda! Você tem que ir para a escola!
– Mas, mãe, eu não quero!
– James, está na hora e você tem que ir!
– Mas eu não quero… Lá é muito chato, eu odeio a escola! Não aprendo nada lá.
– James, você tem que ir. Primeiro: é seu dever. Segundo: você tem quarenta e cinco anos. Terceiro: você é o diretor! Acorda!

Enquanto insiste em permanecer dormindo, a mudança de paradigma aponta para o fato de que aquilo que você pensava ser a realidade, se posto de lado, passa a refletir uma noção absolutamente diferente.

Ponha tudo de lado, sem nenhuma esperança de que “as coisas fiquem bem”. Note que você tem poupado sua energia, insistindo em barganhar uma solução para os seus problemas. Mas o que você está disposto a oferecer em nome disso? Ao mesmo tempo que deseja a liberação, você teima em manter todo o seu aparato de ideias preconcebidas, sem se dar conta de que são essas ideias – e somente elas – que trazem, em si, o sofrimento.

As ideias reduzem você. Estamos aqui em nome do ilimitado, que é você existencialmente. Por-tanto, não poupe! Ponha tudo de lado e veja o que fica. Aquilo que permanece é o tesouro que você tanto deseja. Entregue-se a esse mistério sem nenhuma exigência; não almeje nenhuma segurança. Todas as noções de segurança são esboçadas pela mente.